segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Criatividade - Ou o fim dela?

Há algum tempo venho reparando na quantidade assustadora de regravações, refilmagens, remontagens e remakes que andam por aí.      
Os filmes mais vistos, as novelas líderes de audiência, as músicas mais tocadas. Tudo re-alguma-coisa.
Será que ninguém cria mais nada novo porque o povo ficou menos inteligente ou porque não há muito mais a ser criado?
Todos os dias temos grandes novidades de futuros lançamentos de celulares, TVs, computadores, carros...
Mas... e na música? Eu admito que sou meio chato nesse campo, mas dá pra comparar a Lady Day com a Lady Gaga (aquela moça muderna que, por sua vez, quer ser remake da Cher)? E ainda acho que cada vez que o Restart toca, Raul pede ao Pai do Rock que mate um filhote de panda.
Ok, sejamos complacentes. Sao só 7 notas musicais e depois das patotas de Mozart, Beethoven, Lenon & McCartney não sobrou mesmo muito o que fazer com elas.
Assim consigo até entender por que não se cria nada muito genial há muito tempo, mas como explicar a mediocridade das interpretações? Os Jonas Brothers cantando Beatles continuam sendo... Jonas. Mesmo com a banda de Paul McCartey segurando.
Mas a legião de fãs dormindo na fila para comprar um ingresso pro show do Paul em São Paulo é uma comoção apenas comparável à provocada pelo show dos... Jonas!
Lógica semelhante deve valer pro cinema. Os grandes sucessos de bilheteria são refilmagens ou continuações. Intermináveis trilogias de 4 ou 5 peças sobre os mesmos personagens. Estou esperando pelo 'remake' de Grease com Zac Efron e Vanessa Hudgens como protagonistas. Ou, quem sabe, ver o parzinho dançando Cheek to Cheek no lugar de Fred e Ginger.
A tecnologia tem muito a fazer pelo cinema. Imax e 3D podem até justificar a volta de grandes clássicos da ação. Vamos admitir que o Tubarão rodado pelo Spielberg em 1975, que provocava sustos de tirar várias noites de sono da platéia, hoje nem incomodaria a classe de 2o. ano da minha filha. Mas se o próprio Steven filmasse uma versão atualizada em 3D...
E se um talento como Hitchcock, que chegou a rodar um filme inteiro em um único plano, vivesse nos dias de hoje?
Não há dúvida de que muitas novidades ainda virão para tornar esse mundo do entretenimento eletrônico muito interessante pelo uso de recursos que nós, reles mortais, ainda nem conhecemos e isso deve salvar a indústria cinematográfica pela sua própria reinvenção.
Confesso que vou sentir muita falta de grandes interpretações e sacadas geniais de Brandos, Chaplins, Kellys e Wilders, mas acho que dá pra levar.

Já a música...

:D