terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E vai-se a primeira década do século XXI

Não, amigos.
Eu não aderi ao costume de chegar à última quinzena do ano com reflexões tão profundas quanto piegas.
Só parei pra pensar que estamos no lucro. Precisamente 10 anos de lucro, já que todo mundo dizia que o planetinha aqui ia acabar no ano 2000. Quem lembra do terror do bug do milênio?
Agora falam em 2012, o que até faz algum sentido. Grandes desastres naturais, as duas coréias polarizando as duas maiores potências bélicas mundiais, a Hebe saindo do SBT e a Suzana Vieira voltando a mostrar o úbere são pistas que não podemos desprezar.
E, como já ganhamos 10 anos sobre a praga do Nostradamus, who cares?
Mas, definitivamente, não é o que eu quero.
Quero que todos vocês, amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos, tenham uma feliz década nova.
E, para uma mensagem final, reuni uns amigos para um pagodinho no quintal, para interpretar uma música que o João e o Paulão fizeram no ano 67 do século passado, provavelmente para homenagear a excelente safra produzida pela humanidade naquele ano e que tem tudo a ver com o momento.

:D

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Criatividade - Ou o fim dela?

Há algum tempo venho reparando na quantidade assustadora de regravações, refilmagens, remontagens e remakes que andam por aí.      
Os filmes mais vistos, as novelas líderes de audiência, as músicas mais tocadas. Tudo re-alguma-coisa.
Será que ninguém cria mais nada novo porque o povo ficou menos inteligente ou porque não há muito mais a ser criado?
Todos os dias temos grandes novidades de futuros lançamentos de celulares, TVs, computadores, carros...
Mas... e na música? Eu admito que sou meio chato nesse campo, mas dá pra comparar a Lady Day com a Lady Gaga (aquela moça muderna que, por sua vez, quer ser remake da Cher)? E ainda acho que cada vez que o Restart toca, Raul pede ao Pai do Rock que mate um filhote de panda.
Ok, sejamos complacentes. Sao só 7 notas musicais e depois das patotas de Mozart, Beethoven, Lenon & McCartney não sobrou mesmo muito o que fazer com elas.
Assim consigo até entender por que não se cria nada muito genial há muito tempo, mas como explicar a mediocridade das interpretações? Os Jonas Brothers cantando Beatles continuam sendo... Jonas. Mesmo com a banda de Paul McCartey segurando.
Mas a legião de fãs dormindo na fila para comprar um ingresso pro show do Paul em São Paulo é uma comoção apenas comparável à provocada pelo show dos... Jonas!
Lógica semelhante deve valer pro cinema. Os grandes sucessos de bilheteria são refilmagens ou continuações. Intermináveis trilogias de 4 ou 5 peças sobre os mesmos personagens. Estou esperando pelo 'remake' de Grease com Zac Efron e Vanessa Hudgens como protagonistas. Ou, quem sabe, ver o parzinho dançando Cheek to Cheek no lugar de Fred e Ginger.
A tecnologia tem muito a fazer pelo cinema. Imax e 3D podem até justificar a volta de grandes clássicos da ação. Vamos admitir que o Tubarão rodado pelo Spielberg em 1975, que provocava sustos de tirar várias noites de sono da platéia, hoje nem incomodaria a classe de 2o. ano da minha filha. Mas se o próprio Steven filmasse uma versão atualizada em 3D...
E se um talento como Hitchcock, que chegou a rodar um filme inteiro em um único plano, vivesse nos dias de hoje?
Não há dúvida de que muitas novidades ainda virão para tornar esse mundo do entretenimento eletrônico muito interessante pelo uso de recursos que nós, reles mortais, ainda nem conhecemos e isso deve salvar a indústria cinematográfica pela sua própria reinvenção.
Confesso que vou sentir muita falta de grandes interpretações e sacadas geniais de Brandos, Chaplins, Kellys e Wilders, mas acho que dá pra levar.

Já a música...

:D

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Faça o que eu falo, mas...

Petitions by Change.org|Start a Petition »


Eu não gosto muito de rótulos, mas sou obrigado a reconhecer que, vez ou outra, quebram um galho. Podem servir para, com poucas palavras, separar joios de trigos e evitar que, por exemplo, Netinho de Paula e Paulinho da Viola sejam jogados no mesmo saco.

O problema é que frequentemente alguns desses rótulos viram moda e sempre tem um espertinho (ou muitos) que se aproveitam dessa definição de rápida digestão.

Uma das últimas modas rotuladas no nosso mundinho tecnológico é a TI Verde. Embora acredite em nobres propósitos, tem montes de aproveitadores e doutores em contra-senso que insistem em se apropriar de bons princípios para maus propósitos. E, é claro, sempre tem quem compre e alimente os motores desse círculo, que eu duvido que pratiquem princípios até mais elementares, como reciclar o próprio lixo e apagar a luz quando saem da sala.

Exemplos simples e abundantes são as empresas que se auto-atribuem um título de compromisso com o meio-ambiente, mas que a cada visita a um cliente distribui “folders” com 10 folhas de papel branco-imaculado, de alta gramatura, com direito a verniz e tudo.

Curioso pensar como essa antiga ostentação de luxo e originalidade ainda tem tanta força sobre o ego de boa parte do empresariado. Experimente (eu já fiz isso várias vezes) perguntar se ele tem consciência de que ninguém mais lê esse tipo de coisa. Pode até engasgar para responder, mas no fundo ele sabe muito bem que hoje em dia, quando chega ao ponto de sentar na frente de um cliente, este já pesquisou sua vida toda na internet.

Como assim?

Simples assim!

Para marcar uma visita, no mínimo você teve que se apresentar, dizer seu nome e o da sua empresa, certo?

Só isso já seria suficiente para o seu cliente fazer uma pesquisa razoável no Google e num LinkedIn da vida, DURANTE a conversa por telefone. Pra completar, marcada a reunião, geralmente você troca informações de contato com o seu cliente, como números de telefone e endereços de e-mail, certo? Então agora ele conhece oficialmente o domínio da sua empresa e chega instantaneamente ao seu site.

Então, sabendo de tudo isso, você acha que seu cliente perderia tempo em uma reunião, que raramente dura menos de uma hora, sem ter um conhecimento prévio, no mínimo igual ao que está escrito nos seus impressos? E você sabe que, com sorte, seu belo folder vai parar no lixo reciclável, não sabe?

E se você é capaz de dizer que não é assim que as coisas acontecem, significa que você ainda por cima subestima a capacidade intelectual dos outros. Tsk, tsk, tsk...

Outra coisa que mexe com a minha curiosidade são as empresas que vendem serviços de datacenter, cloud computing e virtualização mas não usam tudo isso.

Como será que conseguem vender serviços que eles mesmos não tem coragem de usar?

Triste é que estes são alguns dos serviços com papel mais nobre num contexto ecologicamente positivo.

Pra quem não sabe exatamente do que se trata (ninguém tem obrigação de saber) vou tentar explicar claramente:

Quando o assunto é computação, seja pessoal ou corporativa, ainda é mais comum encontrarmos aquele cenário mais “patrimonialista” em que cada pessoa tem o SEU computador e dentro dele o SEU super HD (já medido em terabytes), com SEUS programas, SUAS planilhas, SEUS arquivos, SUAS fotos, SUAS músicas, SEUS filmes e SEUS etecéteras.

Mas parando pra pensar, desde quando a internet se tornou abrangente, rápida e estável, poucas são as pessoas e empresas que realmente precisam destes ativos. Poucos precisam de tantos recursos de software e hardware literalmente imobilizados.

A boa notícia é que grande parte dessa lataria e quase todo o universo de programas e áreas de armazenamento podem ser contratados como serviços externos, deixando magrinho, magrinho o seu computador de uso pessoal ou profissional.

Esse seu computador, na verdade tende a se tornar um simples dispositivo de acesso à internet. Vai precisar de um mínimo de capacidade pra guardar meia-dúzia de coisas imprescindíveis para o dia-a-dia. Todo o resto, da internet virá e para a internet retornará. Claro que não dá pra generalizar. E eu nem gosto. Mas isso já começa a se aplicar a uma esmagadora maioria.

Não quero ser repetitivo, mas quem leu nesse mesmo blog o post de 11/04 deste mesmo ano da graça pode se lembrar de que apenas alguns dias depois do lançamento mundial do iPad, que foi para as lojas estadunidenses em 03/04, tive a oportunidade de brincar com uns deles e tive a nítida convicção de que os tablets seriam uma grande opção de dispositivo de computação pessoal e meio de inclusão digital. Tanto que na primeira oportunidade, dias depois, comprei um.

Quase 5 meses depois, esse sentimento ficou ainda mais agudo. Hoje tenho a experiência prática de ler livros, jornais e revistas no tablet, além de fazer registros de reuniões, anotações de aulas e palestras, pesquisas e mais um monte de coisas. E estou na maior expectativa pelos lançamentos da concorrência, que tendem a ser melhores e mais completos.

Mas onde ficou a história da TI Verde?

Aí mesmo!

Se você pensar no tablet ou no smartphone como um computador, concluirá, como eu, que são aparelhinhos menores, com menos componentes e de menor consumo de energia. Consequentemente, consomem menos recursos naturais na sua produção e no uso diário.

Como também são dispositivos multi-uso (principalmente os tablets), você deixa de consumir montes e montes de papel, desde as folhas de rascunho para anotações até livros que vão sendo substituídos por e-books. Passando, especialmente, pelas revistas e jornais, que desembocam às toneladas em nossos lares e vão rapidamente pro lixo, que muita gente nem recicla. A Época e a Folha de São Paulo, por exemplo, nem são minhas leituras favoritas, mas a experiência de lê-las no iPad chega a ser gratificante. E limpa.

E onde se encaixam mesmo aquelas histórias de datacenters, cloud computing e virtualização?

Aí mesmo!

Já faz até um tempinho que pessoas e empresas podem armazenar seus dados em recursos externos, acessíveis pela internet. Também podem compartilhar um monte de recursos na tal nuvem, sem perder nada com isso. E ainda tem vantagens, como desincumbir o usuário de tarefas tão imprescindíveis quanto pentelhas, como fazer backup e atualizar o anti-vírus.

Essas tecnologias que permitiram o compartilhamento de vários recursos serviram de base para que fosse criada uma tal de virtualização de desktops. Essa, por sua vez, está começando a se mostrar a mais revolucionária e eficiente em termos sustentáveis, porque permite a aplicação de uma dieta rigorosa sobre os milhões de computadores que hoje se espalham em cubículos corporativos e notebooks que habitam pastas de estudantes, proletários e executivos mundo afora.

Com os desktops e notebooks devidamente emagrecidos por uma dieta que tira de suas vísceras muitos gigabytes de HD e RAM, já que programas e arquivos foram lipoaspirados para servidores seguros na nuvem, muitas doenças associadas à obesidade também tendem à erradicação.

Pra começar, o roubo destes dispositivos deixa de ser um terror. Ninguém deseja ser roubado, mas se for, tem a tranqüilidade de que quem roubou só levou um punhado de plástico ou lata. Nada de dados confidenciais ou fotos comprometedoras.

Depois vem a durabilidade e a preservação do investimento. Como essas maquininhas vão rodar apenas aplicações simples, o suficiente para entrar na internet, acaba a comedeira de hardware motivada pela voracidade do apetite do software. Especialmente Windows, Office e seus filhotes, que a cada nova versão exigem máquinas maiores e mais potentes, trazendo uma longevidade até então impensável para o estilo de vida corrente.

Sem falar na tremenda economia na compra de máquinas novas, seja para reposição ou para aumento do parque. Nada de super-requisitos de memória e disco. Máquinas magrinhas darão conta do recado. E essas maquininhas, além custarem mais barato, também terão menor consumo de energia e demanda de manutenção.

No uso doméstico, uma conexão razoável à internet é suficiente para viabilizar o armazenamento de fotos, vídeos, música e livros em sites especializados. Muitos gratuitos.

Textos, planilhas e apresentações de slides também tem lugar garantido em grandes serviços na web.

Se você é um grande consumidor, do tipo compulsivo, pode até não se enquadrar nos incontáveis serviços grátis, mas provavelmente vai encontrar um que justifique uma módica tarifa em troca de não precisar mais expandir o HD, fazer backup e, principalmente, testar a restauração desses backups, sem o que de nada servem.

Vale a pena pensar no uso desse monte de recursos que já existem, quando cobrados são acessíveis e são bem mais simples do que parecem.

E não é feitiçaria. É tecnologia!

:D

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quem tem medo da Web 2.0? - Reloaded

O título não foi escolhido só para tentar criar uma frase de efeito. É resultado da experiência prática que eu tenho pelo famigerado “mundo corporativo”. É fato que muita gente – incluindo muitos empresários – tem medo da Web 2.0.

Provavelmente esse medo vem de quem teve sua formação cultural em um momento em que a comunicação para o grande público era uma via de mão única. Anúncios de TV, rádio, jornal, outdoor... Nenhum destes meios permitia uma resposta direta e aberta do público. E, se esta alternativa estiver correta, demonstra insegurança quanto à qualidade de seus produtos e serviços.

Outra razão frequentemente apontada pelos empresários que tem medo da Web 2.0 é o famoso time drain, o ralo que permite o escoamento de tempo e destrói a produtividade de seus estimados colaboradores, além de tornar o ambiente computacional da empresa vulnerável a invasões e até espionagem industrial.

Não deixa de ser verdade. Mas só se a empresa não assumir o volante desse bonde desgovernado. É papel da empresa provocar a discussão das políticas de uso de todos os seus recursos. Porque a internet seria tratada de outra forma? Afinal, o tempo dos estimados colaboradores pode ser gasto acessando as redes sociais pelo celular (sim, celulares simples fazem isso) e existem centenas de ferramentas especializadas em segurança da informação e empresas competentes para sua aplicação.
Não assumindo uma posição de dianteira, o que seria uma grande oportunidade diretiva se transforma em derrota da imposição pela criatividade.

Quem se distancia da internet, especialmente das redes sociais interativas (essas que foram classificadas como Web 2.0), fica à margem de alguns acontecimentos, no mínimo, interessantes:

O Twitter existe há 4 anos. Há 1 ano tinha 17.000.000 de usuários.
Hoje tem cerca de 80.000.000.

O Facebook existe há 6 anos. Há 1 ano tinha 300.000.000 de usuários.
Hoje tem 450.000.000.

Mais de 100.000 sites tem plugins para o Facebook. Esses plugins só foram lançados em Abril.

É claro que existem assuntos e usuários seriíssimos e bobagens paquidérmicas. Desde instituições que optaram por trocar seus websites institucionais por inserções no Facebook em troca de facilidades de popularização e interatividade até os pentelhíssimos joguinhos de bichinhos e fazendinhas.

E existem também as redes com foco mais profissional, como o LinkedIn, com 65.000.000 de usuários registrados em 200 países e utilizado como ferramenta complementar de recrutamento e seleção por inúmeras empresas.

No mundo real, é perfeitamente possível começar com ações simples com resultados práticos. Basta não inventar moda e lembrar do princípio do social networking, que é o encadeamento de ações e seu efeito multiplicador.

Um dos primeiros mestres desta arte da simplicidade foi o companheiro Obama. Durante sua campanha, muito foi dito sobre o uso dos Blackberries da equipe e divulgação de informações pelo Twitter, o que pode ter seu valor subjetivizado pelos críticos. Mas FATO é que em Fevereiro de 2008, enquanto McCain passava o chapéu entre empresários e doadores de campanha tradicionais para arrecadar US$ 11.000.000, Obama não se esteve com um único doador ou lobista e arrecadou US$ 55.000.000 através de mídias sociais.

Há menos de uma semana, o Mashable publicou um post focando 5 pequenas empresas que fazem uso inteligente de mídias sociais para alavancar seus negócios. Tem salão de cabeleireiro, doceria, consultoria, livraria e loja de presentes. São artigos curtinhos que valem muito a pena.

E aqui pertinho, na Zona Oeste de São Paulo, uma padaria usa o twitter para avisar os clientes quando sai uma nova formada de pão quentinho.
A padaria tem lá seus seguidores e incrementou seu negócio com um sistema de e-commerce para receber encomendas dos clientes.

O que todos esses casos tem em comum é que as pessoas envolvidas realmente incorporaram o espírito 2.0 do dinamismo, agilidade e interatividade. E aí está a importância de mudar, por exemplo, o velho web-site institucional estático, codificado, que demora para ser atualizado, pelo modelo dinâmico, com gerenciamento de conteúdo interativo, wiki e integração com mídias sociais, porque informação velha depõe contra. Cada vez mais. E nunca na história a informação caducou tão rápido. Sooo last week...

Também não é desculpa dizer que o problema é falta de dinheiro. Praticamente todas as boas ferramentas para gerenciamento de conteúdo, blogs e mídia social operam no modelo freemium, ou seja, oferecem um serviço básico gratuito e cobram ninharias por serviços mais completos e personalizados.

Aliás, desconfio que este seja um dos fatores que metem medo no empresariado old fashioned. A criatividade, o planejamento e, principalmente, a inteligência no uso colocam a modesta padaria em pé de igualdade com grandes corporações.

:D

http://www.youtube.com/watch?v=lFZ0z5Fm-Ng


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Quem tem medo da WEB 2.0?

Em tempos em que já se fala de uma tal WEB 3, ainda me deparo com situações no mínimo curiosas.
O termo WEB 3 foi cunhado apenas para facilitar a assimilação de algo que é até fácil de prever: Com o volume braquiossáurico de informações dispostas pela internet, daqui a pouco ninguém se acha mais. Então, uma penca de pesquisadores muito sérios já trabalha no sentido de organizar essa tralha toda de uma forma mais inteligente, como grandes bancos de dados organizados.
Dedução meio óbvia é que se estão trabalhando na organização de um monte de informações está ficando muito grande, deve haver muita coisa interessante pra garimpar, certo?
Pois tem muita gente que discorda. Não é raro encontrar empresas que proibem o acesso à internet, se não totalmente, pelo menos a redes sociais estigmatizadas como brinquedinhos inúteis.
É claro que tem muitos fatores envolvidos, como a segurança das informações e a produtividade dos funcionários. Mas a história deve ser um pouco diferente.
Ao invés de bloquear o acesso, tem muito mais sentido fazer uso de ferramentas sérias e aplicar políticas inteligentes para o uso destes recursos.
E quando coloco este tipo de proposta, a reação mais comum é defensiva, do tipo "isso não funciona" ou "dá muito trabalho". E nada disso é verdade. São reações provocadas, provavelmente, pelo medo do desconhecido.
Muitos gestores de áreas importantes de empresas de todo o tipo e tamanho, inclusive os ligados à tecnologia da informação, ainda não alcançaram a verdadeira utilidade (e função) destes recursos. Muito menos alcançam a importância que podem ter para atividades de todas as áreas, do RH a vendas, passando pelo fiscal, financeiro e, obviamente, marketing.
A famigerada WEB 2.0 é a a mais perfeita tradução do que eu entendo por comunicação social. Depois da criação e proliferação da internet propriamente dita, foi a grande revolução democrática. Tudo mundo pode publicar, opinar, transmitir e, principalmente, usufruir.
Talvez esse excesso de democracia seja o que aterrorize esse pessoal. Principalmente os maiores de 40, que cresceram sob a mão pesada da dita-dura e tragam esse ranço inconsciente.
Mas, como membro do clube dos maoires de 40, posso afirmar categoricamente que não há nada melhor do que a liberdade de escolha. Basta ter a cabeça aberta para explorar as opções. Sem medo e sem preguiça.

Agora um breve intervalo para os nossos comerciais: Conhecendo a minha filosofia e envolvimento com a aplicação prática dos recursos internéticos, os amigos da Artech me honraram com o convite para fazer uma palestra sobre o tema no seu grande encontro anual. Para quem não conhece, a Artech produz algumas das ferramentas mais bacanas para o desenvolvimento de sistemas de informação, aplicando inteligência artificial de uma forma acessível a qualquer mortal. E nesse mesmo evento, em mais uma ação colaborativa, vamos lançar juntos uma nova plataforma democrática para o desenvolvimento de portais na internet, num modelo freemium. Não percam, de verdade. E é de graça!
Para conhecer melhor a Artech, venha por aqui.
Para ver a programação do evento, por aqui.
E, para fazer a sua inscrição, chegue aqui.

Espero encontrá-los!

:D

domingo, 11 de abril de 2010

Impressões sobre o iPad

Nas últimas semanas, em praticamente todos os veículos de comunicação do mundo, o tal iPad foi alvo de comentários fervorosos, daqueles que amam ou odeiam os produtos da fábrica de brinquedos do tio Jobs.
Mas é perceptível que boa parte dos "analistas" tem estado mais preocupados em observar as características físicas do hardware e condições técnicas do software. E, pior: Meia-dúzia deles deve ter pego um na mão. Os outros 2.000.000 tratam o iPad como pré-adolescentes tratam questões sexuais. Prática nenhuma, mas ouviram dizer qualquer coisa de fonte relativamente confiável. Tão confiável quanto o irmão mais velho e mais sacana do amigo de um amigo...
Pois na última semana, quis o destino que eu tivesse dois desse brinquedinho nas mãos. E até então não tinha a menor intenção de escrever a respeito. Mas o contato com os bichinhos me fez pensar de forma diferente. Continuo sem um pingo de vontade de fazer qualquer análise técnica sobre software, design ou engenharia de materiais, mas pensar no que devem significar os tablets - e esse especialmente - em termos de inclusão digital é um exercício interessantíssimo.
Experimentar a trackitana fez toda a diferença.
Logo de cara, coisas simples chamam a atenção. O tamanho é ótimo para segurar no colo ou sobre a mesa.
E não tem a famigerada espera pelo boot. Ligou, funcionou!
O teclado que se abre na tela, naquele tamanho, tem ergonomia bastante aceitável. Eu não gostaria muito, mas até poderia escrever este texto no dito-cujo. Hoje até escrevo usando o smartphone, mas com o auxílio luxuoso de um teclado que me permite uma digitação quase tão confortável quanto no computador. E quando dobrado, cabe no bolso.
Depois, a já aclamada intuitividade da interface. Ninguém precisa de conhecimento prévio pra pilotar o trem. E ainda tem a vastidão de aplicativos na lojinha da fábrica. Que já vem recheada pelos muitos aplicativos para iPod e iPhone que também funcionam no iPad. Outros estão sendo adaptados. E outros tantos estão sendo desenvolvidos especialmente para ele.
E pra que vai servir esse treco? Pra mim, é um tanto óbvio.
Eu, por dever de ofício, realmente preciso de um computador para trabalhar. Mas 99% da população não precisa e nem quer um trambolho que ocupa bem uns 2m2 e custa qualquer coisa com 4 dígitos. O que eles querem é a internet.
Ok. De vez em quando tem que escrever um texto, montar uma planilhazinha...
Mas na maior parte do tempo, tudo o que interessa está no browser. Facebook, Ning, Flickr, Twitter, Google (Busca, Mail, Agenda, Docs, Picasa, Mapas...). Ler jornais, revistas, livros... tudo na web.
E pra isso o tablet é dukacete. Com a profusão de hotspots públicos e privados que temos por aí, o 3G nem faz tanta falta. Melhor com ele, claro, mas vive-se sem, perfeitamente. Quem fizer questão, basta esperar um pouco que o 3G virá.
E o danado é confortável o suficiente para substituir plenamente um livro de papel. O texto vem em excelente tamanho. As ilustrações (se bem preparadas) podem ser vistas com todos os seus detalhes. A tela é sensível e o software esperto o suficiente para permitir um "folhear" confortável. O próximo teste será ler no banheiro. Deve ser nota 10.
Sem falar na vantagem de receber o livro poucos segundos após a compra, sem ocupar espaço extra.
Não sabemos ainda a que preço vai ser vendido aqui, mas na pátria mãe são módicos US$ 499,00. Ligou, tá pronto pra usar. Usa-se em qualquer lugar da casa. Acabou de usar, guarda em qualquer gaveta. A eventual falta de periféricos deverá ser resolvida em breve. Se não pelo surgimento dos próprios conectáveis pela interface própria dele ou com um pouquinho de jogo de cintura. Assim, coisas como descarregar o cartão de memória da câmera ou ripar um DVD podem ser feitas na firma ou na casa do cunhado (porque lan house é fim de carreira). O resultado vai pra rede e de lá pode ser resgatado diretamente pro seu tablet.
Então essa é a máquina certa para muita, muita gente, incluindo minha mãe, minha avó e a tia Toninha, que certamente vai se deliciar.
A concorrência deve se mexer e lançar tablets com mais e melhores recursos. Acho ótimo, principalmente porque não gosto da forma como o fabricante impõe suas regras aos clientes, mas duvido que alguém alcance o mesmo sex appeal do iPad.
Ao arrastar as imagens na tela, aumentá-las com movimentos de polegar e indicador e reposicioná-las com um toque, é impossível não se sentir no roteiro de Minority Report.
:D

terça-feira, 30 de março de 2010

Pimpolhos sem fronteiras

Num feriado desses, estávamos em Campos do Jordão com um grupo de amigos, todos em família, todos com crianças entre 3 e 6 anos. Cinco pequenos meliantes, portando pilhas Duracell recarregáveis.

Mas a gangue estava desfalcada de duas irmãs, melhores amigas destes 5, que estavam em Santiago (do Chile, não do Paulo Coelho), terra natal de seu painho.
Pelas tantas, toca meu celular. Vejo que é uma chamada Skype, vinda, justamente, dos amigos en Chile. Com direito a vídeo e tudo, o que era uma novidade no aplicativo que uso no meu velho smartphone.
Quando atendi a chamada, o programinha já habilitou, automaticamente, a câmera frontal do meu aparelho. Até então, esta camerazinha de baixa resulução só tinha sido usada, esporadicamente, para testar as vídeo-chamadas pela operadora telefônica (caaaaro!!!) e, com maior frequência, pela minha filha mais velha, que na falta de espelho, a aciona para pentear o cabelo ou passar batom.
Na minha telinha, vejo a carinha e os cabelinhos cacheados da moçoila que, assim como uma das espécimes que tenho em casa, ainda está criando fluência para ler e escrever, mas tem no computador um equipamento tão simples de operar quanto a TV da sala.
Com a imagem, vem a vozinha: "Oooiii tioo!
Todos que estavam por perto queriam entender por que raios o maluco estaria acenando para o próprio celular. Os adultos porque era uma cena bizarra. As crianças, porque tinham reconhecido a voz da amiga.
Os pequenos perceberam imediatamente o que estava acontecendo. A amiga estava ligando da casa da avó. Entreguei o aparelho para que eles pudessem falar com a amiga, vê-la e serem vistos. E o aparelhinho passou de mão em mão por vários minutos, tempo muito bem usado para contarem, de parte a parte, suas traquinagens de viagem, mostrarem o que estavam fazendo naquele momento e o que estavam comendo.
Os pais... bem... Para alguns, bastou uma explicação simplificada, de que aquilo era uma chamada Skype usando a câmera frontal do celular como se fosse a webcam de sua casa. Outros, embora nunca tenham admitido, pensaram em me amarrar a uma estaca e atear fogo a este infiel que estaria manipulando forças ocultas contra suas crianças. Um chegou a lembrar da cena de Poltergeist em que a menina era tragada pela TV.
Finda a ligação, as crianças voltaram exatamente ao ponto onde haviam pausado abrincadeira.
Os pais ainda tinham dúvidas:
"Quer dizer que eles estão no Chile, falando com a gente em Campos... E com vídeo ainda por cima... Sorte sua eles terem ligado de lá, porque essa ligação deve ter custado uma fortuna".
"Não, pessoal. Foi de graça. Ninguém pagou nada. Pra isso vocês pagam uma mensalidade de internet banda larga".
"Mas serve também pra ligar pra celular?"
"Não, pessoal. Não é bem assim. Eles ligaram para o meu Skype, usando o Skype lá também. E o Skype estava ativo no meu celular, do mesmo jeito que estaria ativo no meu computador em casa ou no escritório".
"Pena que no celular a câmera fica na frente. Então eles não podiam nos ver aqui."
"Não, pessoal. Alguns aparelhos tem essa camerazinha meia-boca aqui na frente, justamente pra fazer uma imagem mais leve, boa para essas vídeo-conferências. Como uma webcam doméstica. Eles nos viam aqui exatamente como nós os víamos lá".
Silêncio sepulcral. Dava pra ouvir as fichas caindo.
Já a visão das crianças era simples e objetiva. A amiga ligou no celular do pai. Não interessa por que meios. Elas conversaram e foi o que importou.
E acho que em pouco tempo essa mesma simplicidade deverá ser permitida aos adultos. Dá para perceber que essas pequenas trackitanas incorporam, todos os dias, mais recursos e empacotados de forma mais amigável, para que mais pessoas tenham acesso.
Esse mundo ainda não é ideal porque os aparelhos que incorporam os melhores recursos não são os mais amigáveis para os leigos no assunto. E os mais amigáveis, definitivamente, não incorporam os melhores recursos.
Mas partindo do princípio ridiculamente simples de que os presidentes da Apple, da Nokia, da Google, da Sony e da Motorola são mais espertos que eu (se não individualmente, pelo menos todos juntos) e eu já percebi que o caminho para a proliferação destes produtos e serviços está no equilíbrio entre recursos e amigabilidade, eles também não devem demorar a ter a ficha caindo.
E aí sim, todos poderemos agir como crianças.

:D

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Velhinhas Saidinhas

Dia desses um amigo me diz que eu preciso escrever sobre a avó dele, que aos 80&poucos anos, perguntou se ele não teria um notebook sobrando na firma.
Diante da surpresa dele, ela explicou que se sentia excluída do papo com as amigas, já que todas tem e-mail e trocam mensagens o tempo todo. Menos ela.
Imediatamente veio a lembrança da tia Toninha, que aos 82 anos me envia cartões de aniversário e boas festas pelo Orkut.
O causo me fez pensar nos socio-implicantes que dizem que o computador e principalmente a tal da internet tornam as relações pessoais mais frias, mais distantes.
Ora, não vejo a minha tia com muita frequência e a culpa não é do computador. Eu já não a via tanto, tempos antes da popularização da internet. Não que eu não goste dela. Muito pelo contrário.
Mas moramos longe, a vida é corrida, os compromissos são muitos, inclusive para ela que investe muito bem sua aposentadoria em viagens mundo afora...
E ela, assim como a avó do amigo que citei no início, tem vida social ativa e participa de grupos sociais reais.
Mas hoje, se esquecer de levar a receita da torta prometida à amiga, pode enviar por e-mail assim que volta pra casa.
Usa o Skype para ver e ouvir os filhos e netos que moram longe.
Pesquisa no Google sobre a cidade que visitará na excursão organizada pela igreja.
E, principalmente, acompanham as transformações da sociedade à sua volta sem preconceitos e saudosismos inertes.
Espero que estas senhôras sirvam de exemplo para muitos dos meus amigos que, com a metade da idade delas, vivem praguejando contra essas porcarias. Afinal, antigamente era muito melhor.

:D

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Post MultiTask: Trackitanas para ficar Em Forma Depois dos 40

Dizem que a necessidade é a mãe da invenção.
Pode até ser verdade. A necessidade deve ter gerado a maioria das invenções da humanidade. Mas sem dúvida, a mãe das invenções mais legais é a preguiça.
Ninguém me convence de que controle remoto para a TV é uma NECESSIDADE. Se pifar hoje, eu vivo relativamente bem até comprar outro. Mas no fundo nem gosto de lembrar do tempo em que ele não existia.
Há algum tempo eu havia me animado para começar a correr, por entender que seria a prática esportiva mais democrática e simples do mundo. Calce um bom tênis e caia na vida.
Mas estava completamente despreparado, muito gordo e não sabia como começar.
Consultei o cardiologista, que me deu sinal verde. Em seguida, fui conversar com um amigo, praticante fanático de várias modalidades de corrida.
Ele disse que seria realmente muito simples. E sacou da mochila um calhamaço de planilhas que eu deveria usar para acompanhar meu desempenho, alternar treinos de resistência com explosão, queima de calorias, distâncias, percursos... E, naturalmente, teria que correr em percursos já conhecidos, pois seria a única forma viável de ter controle sobre as distâncias percorridas e variações de terreno.
Quer dizer que não posso simplesmente calçar o tênis e sair correndo?
Herege! Correr é coisa séria. Não se faz assim!
Enterrei a idéia só de pensar no trabalho que ia me dar.
Algum tempo depois, resolvi me aventurar sozinho, sem pedir palpite pra ninguém, mas muito ressabiado. E descobri uma trackitana mágica para o meu celular que acabou com o problema.
Parêntesis:
Não vai aqui nenhuma intenção de propaganda ou apologia de produto nenhum, até porque não recebo nada de ninguém (snif) para escrever estas mal-traçadas linhas. Mas é uma experiência prática que tem nome. Não tem como não citar.
Fecha parêntesis.
A trackitana é um programinha chamado SportsTracker, que se instala em segundos e roda em vários modelos de celulares Nokia com GPS interno ou externo. Pode (e deve, na minha opinião) ser complementado pelos recursos disponíveis em um site.
O que eu preciso fazer? Preferencialmente fazer um cadastrinho rápido no site. Na hora do vamos-ver, ativar o aplicativo na tela do celular selecionar o tipo de treino que vou fazer (andar, correr, pedalar...) e iniciar.
Daí pra frente o Grande Irmão Satélite passa a me perseguir por onde quer que eu vá. Identifica todo o meu trajeto, aufere minha velocidade, reconhece aclives e declives e, se eu encontrar algo fotografável no caminho, ele ainda guarda o geoposicionamento da foto.
E ele ainda permite que compartilhe o exercício online. Os amigos podem ver minha corrida em tempo real, no site que compõe o serviço. Minha mulher adora essa feature.
Dando o exercício por encerrado, o programa mostra na telinha do celular e na web (com muito mais detalhes) um mapa (by Google) com o trajeto percorrido e as fotos eventualmete batidas no caminho, posicionadas no mapa com razoável precisão. E mais uma batelada de estatísticas, como velocidade máxima, mínima, média, altitudes, gasto calórico aproximado, etc. Sem planilhas. Sem percursos pré-medidos.
Melhor do que falar é mostrar. Clique aqui para ver minhas últimas aventuras. Algumas com fotos.
E, a partir de amanhã, vamos combinar que aviso pelo Twitter (@fudenis) um pouco antes de iniciar minhas corridas, caminhadas ou bicicletadas e, quem tiver curiosidade e saco (e disponibilidade para coçá-lo) pode acompanhar online.
É claro que nem tudo é maravilhoso. Em partes por usar um aparelho que já tem uns 2 anos, a precisão é apenas razoável e vira-e-mexe o sinal do satélite é perdido por alguns instantes. Mas o software tenta recuperar o traçado e para quem não está preocupado com preciosismos, tá bom demais.
Existe uma série de outras trackitanas similares para diversas plataformas e, na medida do possível, vou procurar testar pelo menos algumas e vou postando aqui.
Se alguém tiver sugestões e quiser compartilhar, favor introduzir cá nos comentários.

:D

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Gerações X, Y, Z...

É claro que eu me lembro como se fosse hoje, do dia em que minha primeira filha nasceu, em 2003.
Fui pra sala de parto imbuído do espírito de dar todo o apoio moral para aquela que seria espetada, cortada, espremida e costurada para trazer ao mundo nossa pimpolha. E, mais do que imbuído, incumbido pela imensa audiência familiar que se acotovelava na sala de espera, de registrar aquele momento.
Para isso, estava munido da minha fantástica câmera Samsung 35mm, semi-automática, hoje falecida e uma bacanérrima Polaroid, responsável por uma inédita comoção coletiva, principalmente das avós, que puderam ver e levar para casa uma foto da netinha recém nascida.
Em 2006 a história se repetia. Lá ia eu de volta à sala de parto. Desta vez armado com uma câmera novinha, obviamente digital e totalmente automática. Levava também uma filmadora Hi-8 espertíssima, com conexão USB e tudo.
A princípio as avós ficaram um pouco decepcionadas. Aparentemente elas preferiam levar uma foto de Polaroid pra casa em lugar de poder ver 20 fotos no display da câmera, mas no dia seguinte fui redimido pela impressão a jato de umas tantas fotos para cada uma.
E a nossa primogênita tinha ficado em casa com meu irmão & cunhada. Quando estávamos a sós no quarto do hospital (pai, mãe e filhotinha), bateu aquela saudade danada da mais velha e uma baita vontade de apresentar uma irmã à outra...
Deve ter aparecido aquela lâmpada de história em quadrinhos sobre a minha cabeça quando me dei conta de que tinha uma câmera digital e um notebook conectado à internet. E que em casa estava toda minha infra-estrutura de trabalho.
Bastou ligar pra casa, ensinar a cunhada a ligar as traquitanas todas e em minutos estávamos todos online, nos vendo em vídeo de qualidade razoável, conversando e matando a saudade e as ansiedades ao vivo e a cores.
Em setembro de 2009 aquela mesma cunhada que cuidou da Lulu quando a Lala nasceu nos deu um sobrinho. E em novembro minha irmã nos deu outro. Estava na hora, já que a única sobrinha que eu tinha até então tinha feito 10 anos em agosto. E lembro claramente de tê-la fotografado na maternidade com uma Olimpus Trip 35.
Bem, os dois jovens nascidos em 2009 foram fotogradados e filmados com apenas um telefone celular. Com câmera de 5 Mpixels, flash e 8 Gb de memória. E as fotos imediatamente inundavam os e-mails e caixas de MMS da família toda, sem sequer precisar de um computador ou de um cabo para conexão com a internet.
Em dezembro do mesmo ano da graça, outra grande mobilização familiar: A primeira apresentação oficial de ginástica artística da Lulu. A família toda queria ver, mas num sabadão, às 8:00h da madrugada... Só pai e mãe mesmo... E com 200 clubes, com 300 atletas cada, em 100 categorias... Vai um dia, fácil, fácil.
Recorri, então, a um serviço gratuito na internet que permite, usando apenas um smartphone 3G, transmitir vídeo ao vivo para um endereço de streaming. Então, antes dela se apresentar em cada aparelho, eu mandava um SMS avisando que em segundos entraríamos ao vivo. Os interessados abriam o link e viam a neta/bisneta/sobrinha/prima... ao vivo! A qualidade da transmissão é meio bagaceira, mas mesmo assim é um recurso genial, não?
Interessante é observar as reações de cada um em face de cada uma dessas novidades. Minhas avós, com mais de 80, não fazem a menor idéia do que se passa, mas adoram o resultado. Adoram a idéia de uma neta ligar o computador em Guarulhos e mostrar fotos e filmetes do bisneto que nasceu há 10 minutos na zona sul de São Paulo.
Minha mãe e minha(s) sogra(s) se esforça(m) para compreender. Ainda se surpreende(m) justamente por ter um certo entendimento da evolução da mídia desde os anos 40 do século passado e a baita diferença de velocidade com que agora acontecem as metamorfoses. Manusear as traquitanas e serviços, nem pensar. Afinal, telefone é pra telefonar!
Poucos são os quarentões que assimilam isso com facilidade. Muitos entendem o processo mas são incapazes de pilotar um aparelhinho com mais recursos e se achar em meio a 5 ou 6 portais na web. A maioria acaba optando por gadgets inferiores, mas de interface mais simples, pra não ficarem vendidos. Trintões, idem.
A turma que gravita em torno dos 20 conhece todos os sites, serviços, redes sociais e comunicadores. Mas não parecem ter muita idéia da verdadeira utilidade disso tudo, além de baixar música, vídeo e formatar baladas.
Já as crianças... As com menos de 10 anos tem verdadeira naturalidade traquitanológica. Tem isso incorporado à sua rotina desde o nascimento, literalmente ou quase. Minhas filhas pilotam recursos avançados de mídia dos smartphones como se folheassem um velho álbum de fotografias. E ninguém precisou ensinar. Principalmente o aparelho da mãe, bem mais intuitivo que o meu. Até a caçulinha detona, sem nem saber ler.
Até aqui, só exponho os fatos, para nivelar os papos que teremos daqui pra frente.
Em próximos posts certamente vou exercer juízos de valores e tudo o que for preciso para acabar com o mito de que toda essa parafernália tem propulsão demoníaca e tem a missão cósmica de nos escravizar.
Ao contrário, quanto mais nos desviamos do senso comum, mais descobrimos o quanto nossas vidas podem melhorar em termos pessoais e profissionais. Basta encarar as traquitanas com naturalidade.
No fundo, é tudo muito simples. E divertidíssimo!

:D